Sempre serei criança para muitas coisas, mas dessas crianças
que trazem em si o adulto desde o princípio, de maneira quando o monstrinho
vira realmente adulto acontece que este por sua vez traz em si a criança, e nel
mezzo del camin se dá uma coexistência poucas vezes pacífica de ao menos duas
aberturas para o mundo. Muito do que escrevi se classifica sob o signo da
excentricidade, porque nunca admiti uma clara diferença entre viver e escrever;
se ao viver consigo disfarçar uma participação parcial das minhas
circunstâncias, não posso porém negá-la no que escrevo porque escrevo
precisamente por não estar ou por só estar pela metade. Escrevo por
incapacidade, por descolocação; e como escrevo num interstício, estou sempre
propondo que outros procurem os seus e por eles olhem o jardim onde as árvores
têm frutos que são, naturalmente, pedras preciosas. O monstrinho continua
firme.