terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Volta... volta não!

Na inconsciência jovem 
não se importar com nada
os dias correm e a saudade vem
da época de se perder também

No bolso algumas migalhas 
dinheiros rasgados
nomes e números amassados 
na época que não se vivia fardado

Na mochila alguns papéis
chaves novas e lanches antigos 
mas o que não poderia faltar
era a velha companhia dos amigos 

Ser obrigado a acreditar
no destino não pequenininho
já que sempre se entendia perdida
que se perder fosse o melhor caminho 

Até olhar para o chão
e não ver mais razão
de olhar para fora 
e viver fora da luz que devora 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Estatiza

Numa boa passar o dia
na paz que eu queria
a noite se jogar na rua
aproveitar a verdade crua

trombar com um irmão
bater um rangão
sem gelada para não pintar treta
antes sóbrio do que no grau chupeta

no relicário de sentimentos
dos corações sedentos
a espera do único momento
em que a paz não seja um tormento

a mente sem tensão
o coração sem pressão
um dia sem responsabilidade
de se viver além da sua idade

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

tic tac

Só mais essa noite
garçom, aquela dose de prazer
que ah, vai...
nos faz por merecer

o gosto do passado
como sinto a vida
ainda permanece comigo
como um beco sem saída

A capacidade humana
de olhar só para seu mundo

A capacidade divina 
de amar todos os mundos

A incapacidade 
de sermos capazes
de amar divinamente. 
Irmão,
de coração,
mas que porre ser durão!

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

À Realeza!

Em um mundo de sabichões,
o humilde é rei.

Em um mundo de convicções,
quem duvida se faz rei.

Em um mundo de prisões,
quem tem paz se torna rei.

E em um mundo de ego,
amar é privilégio dos reis.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Lupa

Há , como nos chamam, os durões. Eu chamo de prisioneiros de si mesmo. Não são como deveriam ser, dizendo "Tenho algo para falar". Isso ajuda a se libertar: ser claro e buscar. Os durões, não. Somos quase reaças, postura rígida, cabeça dura, vamos na contramão e trabalhamos nos bastidores. Quanto mais discreto, melhor. O coração do outro em primeiro lugar. O nosso? Servo do mundo. Proferir um "oi" incomum, ou o nome do que deveria ser o ouvinte, para ver se ele se propõe a vê-lo. Curto, como cabe ao homem que guarda muito por dentro. Incompreendido de seus mistérios, os amigos não interpretam esse seu pedido desesperador. Ora, não existe culpa sobre isso! Nem nós nos entenderíamos se não sacado que somos, no fim, um nada insensível a si mesmo. Não me revolto, mas me encho de gratidão. Pelos fiéis irmãos que tentam entender essa cabeça tão maluca e esse coração tão durão. Dispensa meus "porquês", basta os seus "estamos aqui".

E que fique o conselho:  Falta sensibilidade para enxergar o caos invisível. Quanto está aparente, o sujeito já está entregue.

Sejam mais irmãos,
quando quiserem ser amigos.