domingo, 5 de janeiro de 2014

Lupa

Há , como nos chamam, os durões. Eu chamo de prisioneiros de si mesmo. Não são como deveriam ser, dizendo "Tenho algo para falar". Isso ajuda a se libertar: ser claro e buscar. Os durões, não. Somos quase reaças, postura rígida, cabeça dura, vamos na contramão e trabalhamos nos bastidores. Quanto mais discreto, melhor. O coração do outro em primeiro lugar. O nosso? Servo do mundo. Proferir um "oi" incomum, ou o nome do que deveria ser o ouvinte, para ver se ele se propõe a vê-lo. Curto, como cabe ao homem que guarda muito por dentro. Incompreendido de seus mistérios, os amigos não interpretam esse seu pedido desesperador. Ora, não existe culpa sobre isso! Nem nós nos entenderíamos se não sacado que somos, no fim, um nada insensível a si mesmo. Não me revolto, mas me encho de gratidão. Pelos fiéis irmãos que tentam entender essa cabeça tão maluca e esse coração tão durão. Dispensa meus "porquês", basta os seus "estamos aqui".

E que fique o conselho:  Falta sensibilidade para enxergar o caos invisível. Quanto está aparente, o sujeito já está entregue.

Sejam mais irmãos,
quando quiserem ser amigos.