quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Da generalização que acrescenta lógica

Toda revolução social de grandes proporções é uma luta dos filhos contra a tirania dos pais (pais, padres,patrões, padrões).

                                                                                  - leminsky / trótski a paixao segundo a revolução -

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Che Guevara

Deixe-me dizer-lhe, com o risco de parecer ridículo, que o revolucionário está guiado por grandes sentimentos de amor.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Do sentimento de não estar totalmente

Sempre serei criança para muitas coisas, mas dessas crianças que trazem em si o adulto desde o princípio, de maneira quando o monstrinho vira realmente adulto acontece que este por sua vez traz em si a criança, e nel mezzo del camin se dá uma coexistência poucas vezes pacífica de ao menos duas aberturas para o mundo. Muito do que escrevi se classifica sob o signo da excentricidade, porque nunca admiti uma clara diferença entre viver e escrever; se ao viver consigo disfarçar uma participação parcial das minhas circunstâncias, não posso porém negá-la no que escrevo porque escrevo precisamente por não estar ou por só estar pela metade. Escrevo por incapacidade, por descolocação; e como escrevo num interstício, estou sempre propondo que outros procurem os seus e por eles olhem o jardim onde as árvores têm frutos que são, naturalmente, pedras preciosas. O monstrinho continua firme.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

John Dryden

Há na loucura um prazer que só os loucos conhecem.

Faz tempo

Em homenagem ao meu colega Leonardo Andme, o prazer da sua escrita: 

Quando poeta,
Tudo que eu quis
Foi zombar do
Mundo.

E consegui.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

O nome do bispo

"Este homem maduro, próximo dos cinquenta, sofre de um mal ridículo, uma pequena infâmia que se desenvolveu sorrateiramente à margem de sua consciência, nos cômodos inferiores do seu corpo e que até então merecera dele, Heládio, não mais que uma meia atenção, ociosa e ocasional. Isso até perto de um mês quando subitamente ela, então plenamente desenvolvida, instalou-se no centro de seus pensamentos, afastando, por meio de sucessivas contrações de dor, cada vez mais frequentes, o imenso e espraiado universo daquilo que a linguagem cotidiana convencionou chamar "vida interior" mas que nada mais é senão o próprio mundo debruçado sobre o homem, estreitado nos limites pulsantes do tecido vivo. Em Heládio este estreitamento do mundo (ele mesmo, afinal), adquiriu - por meio da sensibilidade ganha na doença(uma ferida aberta no ânus)- uma consciência muito aguda de sua natureza duplicada. "

Guerra das imaginações

Tenho um espírito vagabundo e por isso gosto de anotações esparsas, sem compromissos: palavras conforme meu estado de espírito.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Michel Foucault

Em suma, gostaria que um livro não se atribuísse a si mesmo essa condição de texto ao qual a pedagogia ou a crítica saberão reduzi-lo, mas que tivesse a desenvoltura de apresentar-se como discurso: simultaneamente batalha e arma, conjunturas e vestígios, encontro irregular e cena repetível.

Fragmentos de um discurso

Já que sou culpada disso, daquilo (tenho e me dou mil razões de sê-lo), vou me punir, me libertar, me fazer aprender, me dá uma nova vida: cortar o cabelo, esconder meu olhar atrás de óculos escuros e roupas sóbrias (maneira de entrar para o convento), me dedicar ao estudo de uma ciência abstrata. Vou me levantar cedo, ainda escuro, para estudar a mente, feito um monge. Vou ser libertária de mim. Um pouco pensativa, em uma só palavra, digna, como convém ao homem do ressentimento. Vou marcar histericamente meu luto (o luto que suponho) na minha vida, na regularidade dos meus atos. Será um retiro doce; apenas esse pouco de retiro necessário ao bom funcionamento de uma heroína durona em decadência.

Colônia em ascensão


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Pessoa

Ah, quem dera a perfeita concordância
de mim comigo,
o silêncio interior sem distância
entre mim e o que eu digo!

Leminski

Abrindo um antigo caderno
foi que eu descobri
antigamente eu era eterno

domingo, 10 de novembro de 2013

Meditação - Medicina natural

Quanto tempo um ser humano, sem treinamento, consegue ficar sem respirar? A ciências nos responde com 3 minutos. Sim. Após esse período, corre risco de morte cerebral, que é irreversível. Sem oxigênio, os neurônios morrem. E não há a possibilidade de recuperação nem substituição. A morte cerebral é irreversível. O coração pode sofrer lesões e infartos.

Quanto tempo um ser humano, sem treinamento, consegue ficar sem se alimentar? A ciência nos norteia entre 20 a 30 dias sem comer. A taxa de glicose no sangue abaixa. O corpo, então, sem combustível, consome as gorduras. Depois, avança sobre as proteínas. A inanição altera a pressão arterial, bombardeia os órgãos internos e causa desmaios.

Pois bem. Nesse papo tranquilo, não foi preciso mais de 1 minutos para você perceber que são 2 processos inatos a sobrevivência, mas que muito mais importante nos é respirar do que comer.  E nessa brincadeira, nós damos muito mais importância em como comemos do que em como respiramos. Contraditório, não?

Por isso, 98% das pessoas se declaram cansadas de algo, por isso batendo um papo com 2 amigos eles disseram que "O mundo está louco" e um segundo, psiquiatra, reclamava que os seus pacientes iam ao consultório com queixas "banais",  não psiquiátricas, mas de caráter psicológico, como ansiedade e stress. Me mostrou o quadro de alguns pacientes e foi quase unânime os medicamentos indicados para ansiedade e stress, chuto cerca de 80% de consciência tranquila.

Então, as boas novas da meditação. Respirem melhor. 

sábado, 9 de novembro de 2013

Conversa

A morte nos roubou a liberdade.
Não pensem que isso é um poema
só porque estou cortando as linhas
como fazem os poetas.
Isso é apenas uma conversa no deserto.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Uma revolta visceral

O anarquismo é o que se poderia chamar de revolta visceral. Augustin Hamon, a partir de uma sondagem de opinião dos meios libertários, no fim do século passado, concluiu que o anarquista é, antes de mais nada, um revoltado. Recusa a sociedade na sua totalidade, com a sua "chusma de policiais". Liberta-se, conforme Max Stirner, de "tudo quanto é sagrado". Realiza uma imensa paganização. Estes "vagabundos da inteligência", estes "tresloucados", "em lugar de considerarem como verdades intocáveis o que dá a milhares de homens a consolação e o repouso, saltam por cima das barreiras do tradicionalismo e abandonam-se, desenfreados, às fantasias da sua crítica impudica."

[...]

O estado permanente de revolta leva o anarquista a sentir simpatia por todo o irregular, e a abraçar a causa do réprobo ou do foragido."
 - Freire | Viva eu viva tu viva o rabo do tatu -

Me lamento quanto a percepção, perante os anarquistas, revoltos por qualquer coisa que possa ser chamada de causa, como sendo nós uma camada que cessa tão rápido a chama da revolução.

Viva as bicicletas!

                      

 

Pegue uma pessoa comum, pacífica, habitualmente calma. Meta-lhe entre as mãos um volante e sob os seus pés um acelerador. Lance-a em um engarrafamento, por exemplo, numa rua movimentada às 6 horas da tarde. É fácil encontrar. Olhe para ela... Você não a reconhece mais? Mas, está ali, um bruto humano, pálido, nervoso, impaciente, interpelando os outros automobilistas a golpe de insultos obscenos e rabugentos... Ela amedrontou você? Se transformou? Acrescente-lhe um celular e terá triplicado seu poder de matar. É como se você desse um revólver a alguém... Raros são aqueles que irão recusar a servir-se dele.

Réjean Ducharme, um escritor nascido em Quebec, analisou particularmente bem esse processo que transforma o humano em automobilista. Aliás, ele propõe não chamar mais automobilista, mas automóvel, uma vez que o condutor forma um corpo com seu veículo:

Quando digo automóveis, quero dizer automobilistas. O automóvel e o automobilista fazem parte de uma só e mesma coisa: o automóvel.
Não se tem um automóvel; se é um automóvel.
Não se pode nascer automóvel; torna-se automóvel, de repente.

Para finalizar, segue um poema composto pelo narrador do romance de Ducharme:

Os automóveis
Sobre o caminho de concreto,
Passam os homens e as mulheres
Enxertados nos veículos
Que apagam o sangue e a alma.
Passam no automóvel,
Esses homens loucos, essas mulheres loucas.
E se creem, ai de mim, aptos
A viver apenas de petróleo.
Eles não falam, buzinam.
E não andam: rolam.
Visto que com duas pernas eu funciono,
Eles riem; me chamam de galinha.
São amarelos, ou verdes, ou negros.
Entre eles, nada de segregação:
Mexem-se entre as calçadas
Lado a lado e a uníssono.


Estejamos atentos! Talvez isso soe absurdo para aqueles ainda programados a aceitar, sem nenhuma revolta, nem se quer indagações, o que está a sua volta. É inserido em um meio e, o que se passa nesse meio, lhe é absolutamente aceito, não importa sua moral. Senso critico? Que isso, meu jovem! Mas que saudade, hein? O domínio de um veiculo sobre um ser humano: Isso sim é um absurdo!

Mas o que fazer, você me pergunta, se não quisermos nos tornar “automóveis”? A resposta é simples: sejamos ciclistas! O ciclista é o oposto do “automóvel”: mesmo em cima de sua bicicleta, ele conserva todo seu livre-arbítrio, pode ir aonde quiser, estacionar onde achar melhor... Ele não ameaça constantemente a vida de quem está a sua volta. Está à escuta do exterior: em vez de se blindar medrosamente se rodeando de aço, ele interage corajosamente em seu meio ambiente – que evita, além disso, poluir. ZERO emissão de CO2(Dióxido de Carbono), seu pulmão agradece. Os da sua futura geração também. Raramente perde o controle de si, e se deixa guiar por dois princípios: a liberdade e o respeito ao outro. Como notam, em tudo é benéfico.

Pode-se ver então que a escolha de um meio de transporte é, acima de tudo, uma escolha de vida: um estado de espírito. Recusar o carro é recusar um modo de vida que nos torna perigosos (para nós mesmos, para os outros e para o meio ambiente), é querer uma vida diferente daquela proposta pela grande massa de publicitários que nos impõem a sociedade moderna.

Não somente com palavras se muda a sociedade...

A todos aqueles que apoiam uma vida mais pacifica(para si e para o outro), a liberdade, o comunismo e o “ecologismo”, eu respondo: o CICLISMO!




quarta-feira, 23 de outubro de 2013


Não sejam tolos, 

não falta amor - 
falta amar.

(Caio Augusto Leite)

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Tzel, Betzelem - A Sua imagem e semelhança

Caros amigos, shalom!

No princípio da Bíblia, é contado que os seres humanos são uma parte honrada da criação Divina. Na verdade, nos contam que Deus criou o homem a Sua imagem e semelhança! A palavra Hebraica para imagem é “tzelem” que é derivada da palavra mais curta, “tzel”, que significa “sombra”. Vocês veem a conexão? Quando raios de luz refletem sobre qualquer coisa, uma sombra (tzel) aparece perto dela. De acordo com a Bíblia, um ser humano é nada mais do que a imagem (tzelem) de Deus, porque ele reflete de diversas maneiras a perfeição e beleza Divina.

Outra forma intrigante de ver esta conexão se reflete no nome “Bezalel”. Literalmente, Bezalel (Betzalel) significa “na sombra de Deus”. Segundo o estudo hebraico, ele foi uma pessoa apontada por Deus para criar o Tabernáculo e todas as suas mobílias (Bíblia - Livro de Êxodo capítulo 31). O Tabernáculo, e tudo dentro dele, permitiram que os israelitas se aproximassem de Deus para conversarem com o Pai.

De acordo com a interpretação bíblica hebraica, quando um ser humano ora e se prosta para Deus, é como se essa pessoa andasse na sombra de dEle. Tornando-se parte disso, reflete assim traços de perfeição do Criador.

sábado, 5 de outubro de 2013

VAMOS CAÇAR?

Vocês, cristãos, não podem me dizer que a maioria das pessoas, quando colocam cristais nos pescoços, gastam dinheiro diariamente para ouvir gurus e contratam médiuns caríssimos, não estejam famintas de Deus. 
Elas estão famintas para conhecer algo que esteja além de si mesmas, algo que não estão vivenciando na Igreja hoje. Sejamos claros: As pessoas estão enfadadas da Igreja! Isso porque ela só tem se portado como mera difusora da Bíblia. E não o corpo de Cristo. 
Estão procurando alimento para saciar a fome, que  corrói a alma, mas só encontram migalhas. As pessoas querem estar ligadas a um poder maior! Querem estar ligadas a Trindade. Mas NÃO encontram Deus no que deveria ser a casa de Deus!
 (Para a Sua graça em nossas vidas, há exceções).


E aqui vai o conselho para se saciar, uma vez que o banquete só tem sentido para o faminto: NÃO se contente em apenas saber de Jesus. Não! Vá além.


Me permita ilustrar: Você pode saber tudo sobre presidentes, realezas e celebridades; pode conhecer seus hábitos, endereço preferências. Mas saber sobre eles não significa ter intimidade com eles. Ou seja: isso não significa que você os conheça. Percebe?
Por muito tempo a Igreja só tem conhecido fatos sobre Deus. Nós conhecemos “técnicas”, mas não falamos com Ele. Essa é a diferença entre conhecer alguém e saber a respeito dele.

 Veja: Se você os encontrasse pessoalmente, teriam que ser apresentados, porque o mero conhecimento a respeito de uma pessoa não é o mesmo que a necessária amizade intima.

Saber a respeito de Deus não é o suficiente. Temos igrejas cheias de pessoas que podem ganhar qualquer concurso sobre temas bíblicos, mas que não O conhecem. Temo que alguns de nós fomos desviados tanto pela prosperidade, quanto pela pobreza. Receio que tenhamos nos tornado uma sociedade tão farisaica, que nossos desejos e vontades não correspondam aos do Espírito Santo.


Se não tomarmos cuidado, estaremos cultivando o “culto/missa do bem-estar”: satisfeitos com o nosso pastor/padre amável, missionários/obreiros/sacerdotes confiáveis, nossa igreja confortável, nosso fiel circulo de amigos, nos esquecendo dos milhares de insatisfeitos, feridos e aflitos que passam pela nossa confortável vida todos os dias!  Não posso deixar de pensar que, se falhamos até mesmo em tentar alcançar os cativos com o Evangelho de Jesus Cristo, muito sangue foi desperdiçado no Calvário. Isso, de fato, me incomoda. Muito.


Podemos E PRECISAMOS tocar o coração de Deus. Davi, um homem que se fez muito feliz, assim fez.

Esta é a beleza de ser um caçador de Deus. Você busca o impossível, sabendo que é possível.

"Minha alma te busca incansavelmente..."


Obs: Essa foi uma adaptação do livro "Os caçadores de Deus" de Tommy Tenney.